domingo, 27 de junho de 2010




Todos os dias olho ao espelho
e não vejo a pessoa
de ontem!…
Melhor, pior… Sei lá!
Mas sempre alguém novo,
diferente,
com quem terei que conviver
mais vinte e quatro horas.

Cada dia é um dia,
e em cada um deles
muito, ou alguma coisa,
se aprende
ou se desprende…

Não penso hoje
como pensava ontem
sobre uma infinidade
de coisas…
E não escondo isto.
Ainda que o fizesse,
meus escritos me denunciariam.
são minhas reações
ao mundo em que vivo -
Ela obedece à minha lua
que também é feita de fases.
E como não sou dona
de nenhuma verdade,
minhas marés
enchem
e esvaziam…

Há quem mareie
nos meus mares…
Enjôe, vomite,
passe muito mal…
E até sinta medo…
Há quem não pise
as minhas areias,
mais feias
que bonitas…
Dou mais amor
do que recebo;
é isto que me faz feliz…

Porque vivo minha procura,
eu sou vento
tentando soprar de mim
as tempestades
que me desabam…
Raramente, eu sei,
sou calmaria.

E sopro forte…
Para amenizar
o calor das chamas
mesmo sabendo que, ao soprar,
posso estimular o fogo…

Não, não tenho certeza,
mas, talvez, se eu soubesse
em qual direção sopram os ventos
da natureza do novo Homem,
eu pudesse desvendar
a minha própria,
e tão desnaturada,
natureza
e, finalmente, me encontrar.

Por enquanto,
só me encontro
no que escrevo...

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